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Escolinha de Arte da Associação Cultural dos Ex-Alunos do Instituto de Artes da UFRGS

Arte . Desenho . Sensibilização musical . Pintura . Crianças . Diversão . Educação . Sensibilidade. Adolescentes . Criação . Origami . Adultos . Modelagem . Jogo dramático . Arte-Educação . Liberdade.

domingo, 26 de setembro de 2010

O mais clássico das dobraduras - origami - em papel


Postado por Escolinha de Arte às 11:14 Um comentário:
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segunda-feira, 20 de setembro de 2010

CONVITE







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domingo, 5 de setembro de 2010

Revista Comemorativa Cinquentenario Escolinha de Arte














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domingo, 22 de agosto de 2010


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sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

FELIZ ANO NOVO!

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ESCOLINHA DE ARTE / UFRGS

AOS EX-ALUNOS DA ESCOLINHA DE ARTE / UFRGS


Estamos atualizando nosso cadastro de Ex-Alunos. Entre em contato conosco. Será um grande prazer recebê-los! Encaminhe seu depoimento para nosso e-mail com nome e ano que foi aluno(a) da Escolinha de Arte da UFRGS.

escolinhadearte@hotmail.com


Obrigado!

DIA 25/09/2010, às 11h, CINE SANTANDER, LANÇAMENTO DA REVISTA EM COMEMORAÇÃO AOS 50 ANOS DA ESCOLINHA DE ARTE.


Nos brinde com sua presença. Compareça!


Distribuição Gratuita da primeira tiragem































Curso Intensivo de Arte-Educação - CIAE 2010

O CIAE - 2010

ESCOLINHA DE ARTE / UFRGS

ASSOCIAÇÃO CULTURAL DOS EX-ALUNOS DO INSTITUTO DE ARTES UFRGS


CENTRO DE DESENVOLVIMENTO DA EXPRESSÃO /
SEDAC - SECRETARIA DA CULTURA DO ESTADO RS


CURSO INTENSIVO DE ARTE-EDUCAÇÃO / 2010

Período de Realização: de (em aberto)

Dias e Horários: segundas e quartas-feiras, 19h às 21h.

Fone: (51)3233.5032

escolinhadearte@hotmail.com



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Quem sou eu

Escolinha de Arte
Porto Alegre, RS, Brazil
A Escolinha de Arte há 49 anos vem desenvolvendo um trabalho de valorização e resgate do papel da arte na educação. O reconhecimento e o incentivo ao potencial criador inerente a todo individuo vai se refletir no enriquecimento de sua vida, em todas as suas instâncias. A Escolinha está durante o ano de 2009 sem uma sede definida para as atividades com as crianças. Permanece aguardando esta destinação por parte da UFRGS. Nosso telefone para contato é 3308 4312 e nosso e-mail é escolinhadearte@hotmail.com
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EQUIPE


Professores:

Geni Gasparotto Mabília - ininterrupto
Eunice Coelho Ramos - ininterrupto
Eneida Alves de Moraes - ininterrupto
Elton Manganeli
Maria Lúcia Campos Varnieri - ininterrupto
Beatriz Noll - ininterrupto
Nalú Faria
Isabel Siegle
Gabriele Siqueira
Cecilia Machado Bueno
Mariana Ramos

Lenora Lerrer Rosenfield - Coordenadora Geral
Patrícia Haussen - Vice-Coordenadora

Materia Jornal

Materia Jornal
Iara / Teresa

homenagem à Iara de Mattos Rodrigues " Iarinha "


Os depoimentos a seguir demonstram um pouco do que foi a passagem da querida Iara Rodrigues a “Iarinha” - era assim que chamávamos - , na vida de cada um de nós. Iara nos deixou no dia 28 de outubro de 2005, e hoje, dia 17 de dezembro suas cinzas estão sendo lançadas pela família em Três Coroas. Fui aluno da Iara no Instituto de Artes da UFRGS em 1990, e, hoje 15 anos depois, lembro a pergunta que ela sempre me fazia quando nos encontrávamos “O que tu andas aprontando guri?”. Era assim, desse jeito carinhoso que Iara queria saber dos meus projetos e mesmo que algum deles me parecesse absurdo, eu lhe mostrava e ela como sempre tinha uma palavra de incentivo e carinho, nunca de crítica ou censura. Iara era assim.Pois bem, minha professora, agora estou aqui aprontando novamente: uma pequena homenagem à tua passagem marcante pela vida de todos nós e um poema do Leminski que tem tudo a ver contigo : "isso de querer ser exatamente aquilo que a gente é, ainda vai nos levar além". Leandro Selister, dezembro 2005Se você deseja enviar um depoimento encaminhe para o e-mail da Escolinha. Estaremos publicando no blog.


Iara de Mattos Rodrigues
O que falar de uma pessoa tão próxima e ao mesmo tempo tão distante? É com certeza muito difícil expressar o que foi e significou Iara....Deixou uma semente de amor plantada nas pessoas que tiveram contato com ela... de alguma forma. Seu jeito, sua fala, seu carinho, sua aura radiante e entusiasmada nos deixou mais sensíveis.A Iara tinha uma alma fantástica... de criança! em sintonia... um raro poder de comunicação com elas. Pode-se dizer que funcionava como um filtro, um lugar, uma etapa, uma passagem.... um sonho. Crianças vinham e crianças iam... outras vinham... e ela ali... sabia que aquele era o seu lugar. Acreditava que é a infância o lugar onde plantamos a semente do amanhã e desenvolvemos nossos potenciais de criatividade na busca de um ser humano integral, com olhos sensíveis para o mundo, consciente de suas reais capacidades: um verdadeiro adulto!Lúdica... absolutamente! Encarava a vida como um universo de possibilidades em eterno movimento... dialético... como uma onda... Acreditava que a liberdade, não é apenas o contrário de prisão, e sim, a conquista do exercício da criatividade, pois está na essência do ser humano Ser Criador.Com certeza o mundo perde uma grande presença, mas sua obra será perpetuada por todos aqueles que foram tocados por sua essência.
Patrícia Haussen
Coordenadora da Escolinha de Arte, em exercício

Minha mãe , Ilse, com carinho embalou meu corpoIarinha , com sua generosidade embalou minha alma.....Impossivel olhar para Iarinha, sem sentir Maria, nossa mãe terra.Maria, que gestou em seu ventre a personificação do amor...É maluco, pensar que existe algo anterior ao amor, alguém com a missão de criar condições para que o amor possa acontecer em nós...É muito malucoMaria, teve um filho, que muito cedo, aos 12 anos , disse-lhe que não era seu filho, e sim Filho do Espírito do Amor..Iarinha , não teve filhos, teve sobrinhos...Sete sobrinhos, que compartilharam do seu cotidiano, e teve outros tantos, tantos sobrinhos como eu, que fomos tocados pelos mistérios do seu amorSe vamos conseguir materializar este amor...não sei é uma jornada. Mas estamos instrumentados, aprendemos os ingredientes com ela.O padre disse , quando seu corpo partia, que ela plantou muitas sementes...Sim , ela plantou muitas sementes , mas na verdade , ela vinha plantando muitas sementes há muito tempo, e muitas destas sementes já são arvores crescidas, que como tal , já produzem outras sementes.Falando com Eunice, sua fiel escudeira, fizemos as contas, e vimos que já existem bisnetos, produtos desta frondosa árvore de amorSementes que foram espalhadas ao vento,e estão aí, em qualquer lugar que a vida as levou. .Algumas germinaram, outras ainda em latência, aguardando o toque desta misteriosa vida.Pois é, falar de Iarinha, sem falar de amor é impossível, mas ...como falar de amor se o amor não cabe em si mesmo, quanto mais em pequenas palavras.Aos meus primos em Iarinha só queria dizer...Vamos em frente..Quem a conheceu sabe, e eu sei que não estou só...
Ricardo Augusto Becker
P.S Engraçado ainda se referir a Iara como Iarinha, mesmo tendo ela 70 anos, parece que falo de uma criança, mas como alguém já disse ...Só as crianças Herdarão o reino dos céus

Acreditar na potencialidade de cada ser humano. Talvez seja esta a marca deixada em todos nós por Iara Rodrigues. Com muita luta e compromisso, ela cavou espaços para a experiência com a arte, envolvendo nelas educadores de todo o Brasil e deixando marcas ainda mais fortes no Rio Grande do Sul. Sua ressonância continuará em todos nós. Com minhas sinceras homenagens, extensivas à família.
Mirian Celeste Martins

Existem pessoas que deixam marcas, nos marcam. Como corte ou tatuagem no corpo, às vezes as esquecemos porque ficam em nós, estão na flor da pele e, por isso mesmo, no mais fundo de nós: aquilo que nos tornamos. Lembrar a Iara é trazer à superfície meu aprendizado e meu modo de conviver como professora de artes plásticas, desencadeado na década de 70 pelo grupo da Escolinha de Arte da UFRGS. Lembrar a Iarinha é lembrar de pessoas, do modo como as unia e reunia em torno de uma idéia-paixão: como fogo! Uma vez Galeano contou que existem pessoas-fogo que, chegando perto, fazem a gente pegar fogo! Com a Iarinha, e o grupo da Escolinha de Arte, peguei fogo e aprendi que só o que podemos ensinar é o amor que temos em nós por algo que nos apaixona. Porém, das marcas mais profundas – traçadas lá na Escolinha de Arte – trago a paixão pela poesia do humano conviver e pela educação como modo de ajudar outros a “pegarem fogo”.
Sandra Richter
29 out 2005

Caros(as) amigos(as)" Pois aqui está a minha vida.Pronta para ser usada.Vida que não se guardanem se esquiva, assustada.Vida sempre a serviçoda vida.Para servir ao que valea pena e o preço do amor..." Thiago de Mello
Nas frases do poeta encontramos as palavras que definem a trajetória de Iara Rodrigues, a nossa Iarinha, fundadora da Escolinha de Artes da Ufrgs, que faleceu nesta última sexta-feira, de céu nublado, deixando um grande vazio em todos nós. Pessoa importante na formação de muitos artistas e arte-educadores,de entrega constante e intensa às artes , marcou profundamente todos aqueles que a conheceram pois, "sempre a serviço da vida, servindo ao que vale a pena e o preço do amor!"
Nossa sincera homenagem, Téti Waldraff e Ivone Bins

Fica difícil nessa hora dizer qualquer coisa. As inumeráveis coisas importantes que a presença da Iara sempre apontou, nesse primeiro momento, ficam sufocadas pelo enorme silêncio que a sua ausência acarreta. Seu pensamento, suas atitudes e sua emoção sobre o que é educação, marcaram várias gerações de alunos, professores e amigos próximos. De minha parte, posso dizer que devo quase tudo a ela. Se estou envolvido nesse processo de pensar o que pode e deve ser educação em arte e uma educação através da arte é porque fui em determinado momento da minha formação contaminado pelo incansável entusiasmo e a delirante utopia da Iarinha. Se isto se torna quase patológico, uma espécie de doença que nos toma a cabeça, o corpo e por conseguinte toda uma vida a culpada é ela por me demonstrar que o processo de educação é isso ou não será nada. Obrigado e um beijo.
Jailton Moreira

Iara, sua vida, sua fé: sua convicção profunda na capacidade criadora do ser humano, na força integradora da livre-expressão e no poder do afeto - determinantes da arte-educação - sustentou, nestes 45 anos, e continuará a inspirar o trabalho que é desenvolvido na Escolinha de Arte. Iara contagiou-nos com sua paixão pela educação através da arte de crianças e adolescentes incentivando-nos a buscar sempre a realização do sonho de uma sociedade mais equilibrada e promotora da paz.
Obrigada a vocês!Abraços, Maria Lucia Varnieri

Uma vida que valeu a pena. Uma ausência inacreditável.
Ainda hoje, dia 1º de novembro, eu estava lendo a matéria que saiu sobre o novo livro de Saramago, As intermitências da morte, na qual o escritor comenta que deveríamos "ter outro olhar em relação à morte, aceitá-la como uma conseqüência da vida. (...)sem a morte não podemos viver", diz ele. No entanto, por mais que nos esforcemos ela sempre nos pega de surpresa e vivenciamos a sensação do inacreditável. Quanto mais próxima e importante a perda menos podemos aceitar. O falecimento da Iarinha é destes fatos inacreditáveis.
Tentando digerir a triste notícia, dei-me conta que durante dois momentos importantes a Iara esteve muito presente em minha vida: primeiro na infância quando da minha passagem pela Escolinha; era uma figura diferente que falava com inteligência e afeto com as crianças. De igual pra igual. A Escolinha era mágica...
Vinte anos depois realizei o estágio que a Escolinha oferece, até hoje, aos alunos do Instituto de Artes. Em seguida ela convidou-me a integrar o grupo de professores. Lá permaneci por 6 anos. Que bela experiência! Profissional e de vida. Foi ali que aprendi o que é ser um professor.
Estes dois momentos foram cruciais na minha vida por que significam dois momentos de iniciação, de passagem.
A Iara é o exemplo de mais de 40 anos de luta incessante por um ideal de educação. Uma concepção de educação no qual o exercício da arte e da livre expressão tem como objetivo a formação de um ser humano mais sensível, crítico, capaz de interferir no mundo de forma criativa e harmoniosa. Uma educação baseada no afeto, na generosidade, onde os valores éticos, em tão baixa cotação nos dias de hoje, estão na ordem do dia.
Desde 1994 a Escolinha vive em situação emergencial na Escola Técnica da UFRGS. Este é outro fato inacreditável! É inacreditável que um projeto de extrema importância, com mais de 40 anos de existência, originário de um movimento importante na história da educação brasileira ainda tenha que lutar a duras penas para comprovar sua pertinência.
Ironicamente, ou talvez por uma daquelas coisas que a razão não explica, a Iarinha nos deixou no dia de São Judas Tadeu, santo invocado nos casos difíceis, quando os meios humanos parecem esgotados, quando as causas parecem totalmente perdidas. Conhecendo o espírito de luta da Iara, poderia dizer que esta foi sua última cartada.
Continuo dizendo, tudo isso é INACREDITÁVEL!
Marilice Corona

"Com tristeza , e ao mesmo tempo recheada de boas lembranças, despedi-me ontem da Iarinha. Com ela, com a Escolinha, pude desenvolver os primeiros pilares das minhas ações e reflexões com arte e ensino.
Respeitar os processos e tempos individuais ,muito distantes da pasteurização coletiva, é o que sempre exijo de mim como professora, fruto colhido da convivência com a filosofia e o grupo de professores da Escolinha.
Sempre lembrarei do maravilhoso e divertido PROJETO VILAS - MEC-FUNARTE -ESCOLINHA DE ARTES DA UFRGS NA PERIFERIA E GRANDE PORTO ALEGRE, coordenado por Iarinha ,no qual em 1982 tivemos a oportunidade de compartilhar com colegas da graduação em Licenciatura em Artes Plásticas/Música e Teatro , experiências integradas com música, teatro e artes plásticas desenvolvendo aulas com crianças e adolescentes.
E... das tantas poéticas e entusiasmantes exposições da Escolinha... E das falas afiadas e provocantes de Iarinha!
Muitos ensinamentos e ânimos desencadeados...
E... as aulas de Experiências Integradas no CAD ! nas quais a Nídia Kiefer, a Susana Saldanha, e a Iarinha ,nos desafiavam a fazer com o corpo todo coletivamente,exercícios poéticos cavando espaço para a palavra , a imagem ,o gesto , o som...Tempos experimentados!
Meu abraço sempre inteiro prá Iarinha!"
Teti Waldraff
Porto Alegre, 31 de outubro de 2005

Iara, mais uma luz noutros camposcelestes, celestiais,luz na terra, luz nas artes.obrigada por seus percursos em nós,que, por aqui, não estamos sós,você nos habita e nós habitamos a arte na vida!!!
beijos com celebração de uma VIDA !!!
Lucimar Bellodas Perdizes


A Escolinha é um laboratório da sensibilidade. Age como um núcleo de provocação, complementando e, ao mesmo tempo, questionando a educação formal. Augusto Rodrigues deu-nos a consciência de que o homem pode vir a ser melhor, se lhe forem oferecidas possibilidades de chegar, algum dia, a compreender-se como um ser criador. Iara Rodrigues
É incrível como Iara Rodrigues pôde transformar o rumo da vida de tantas pessoas com a sua convicção inabalável no poder da arte como libertação e descoberta. Eu, como tantos outros, certamente não seria o que sou, professora e artista, se não fosse minha passagem pela Escolinha de Arte e minha convivência com Iara e com a filosofia que norteava seu trabalho. Sua capacidade de contagiar vinha da paixão pelo que fazia e pela inteligência de sua sensibilidade. Pessoas como Iara são, lamentavelmente, cada vez mais raras; não vivemos uma época de paixão, mas de um pragmatismo crescente. É preciso, pois, aproveitá-las. Deixam marcas profundas. São como crianças, não sabem mentir. São incômodas, malcriadas, ternas e teimosas. Resistem.
Iara de Matos Rodrigues faleceu na ultima Sexta-feira em Porto Alegre após uma vida dedicada à Arte no seu sentido mais pleno, como fonte de liberdade e auto-conhecimento. Por muitos anos também professora da Escola Técnica e do Instituto de Artes da Ufrgs, foi na Escolinha de Arte que Iara deixou sua marca como pioneira do trabalho de arte-educação entre nós. Não se pode separar a vida de Iara Rodrigues dos 45 anos de vida da Escolinha de Arte.
Criada por um grupo de ex-alunos e professores do IA, como Alice Soares, Alice Brueggemann, Rubens Cabral, Cristina Balbão, Angelo Guido e Fernando Corona, esta Escolinha é parte do movimento, iniciado no Rio de Janeiro em 1948 por Augusto Rodrigues. Movimento que se opunha aos modelos de educação formal, numa fase de intensa renovação no país em que artistas, educadores e psiquiatras, como a Dra. Nise da Silveira, aumentaram o âmbito de atuação da arte.
Iara conviveu de perto com este ambiente e esteve em permanente contato com os artistas e educadores naquela período tão fértil em propostas inovadoras de cunho social e artistico. Baseou sua vida e seu trabalho nesta filosofia que considerava crianças e adultos como seres livres, em permanente crescimento, responsáveis por suas escolhas e capazes de expressar-se de forma autônoma. Sua paixão e a crença inabalável no poder transformador da arte contagiava a todos que, como eu, tiveram o privilégio de conviver com ela e com o clima que se respirava na Escolinha.
A Escolinha de Arte da Associação Cultural dos Ex-alunos do Instituto de Artes da Ufrgs desde sua criação em 1960 até 1995 ocupou um espaço dentro do Instituto de Artes, quando se viu obrigada a transferir suas atividades e seu arquivo de desenhos e pinturas - um dos maiores acervos do gênero no Brasil – do lugar ao qual sempre pertenceu instalando-se provisoriamente na Escola Técnica do Comércio da Ufrgs, onde se encontra hoje. Durante 35 anos, a Escolinha abriu suas portas para o desejável intercâmbio entre Universidade e comunidade, realizando atividades culturais nos espaços do Insituto de Artes e oferecendo estágios anualmente aos alunos em Educação Artistica e Bacharelado, como parte do acordo que a mantinha no local. Atualmente a Pró-Reitoria de extensão e o próprio Instituto de Artes estão empenhados procurar um novo local para a continuidade deste trabalho.
Teresa Poester


Uma senhora idéia que se mantém viva Morre Yara de Mattos Rodrigues, uma das grandes defensoras da arte-educaçãocomo auxiliar na formação das criançasConheço Yara de Mattos Rodrigues desde criança. É uma história muito bonita. Foi pela altura dos meus 14 anos, quando eu era um ávido leitor de gibis. Havia naquela época, nas revistas de histórias em quadrinhos, uma seção onde os leitores mirins publicavam seus endereços para se corresponderem com outras crianças de todo o Brasil.
O costume era que adotássemos pseudônimos inspirados nos super-heróis dos gibis. Escolhi o meu: era Robin, o companheiro do Batman, o único super-herói que usava colete. Recebi cartas do Brasil inteiro e iniciei troca de entusiasmadas correspondências com um monte de meninas dos lugares mais distantes do Brasil.
Depois de algum tempo, só me restou uma parceira postal. Que virou uma espécie de obsessão, tipo ''nunca te vi, sempre te amei''. Yara tinha quase a minha idade e, quando chegamos ao final da adolescência, as festas, os bailes, as formaturas, o primeiro cigarro, todas essas coisas quase fizeram com que esquecêssemos ''nosso começo inesquecível''. Isso, contudo, não impediu que eu acompanhasse sua trajetória por toda nossa longa vida.
Acabamos nos conhecendo pessoalmente e confirmando nossas identidades. Yara foi uma das fundadoras da Escolinha de Arte do Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e uma das mais competentes e entusiasmadas discípulas de Augusto Rodrigues, que tinha por ela uma admiração e um respeito profundos. Além de saber, por sua extraordinária generosidade, lidar muito bem com crianças, Yara se tornou uma das maiores especialistas brasileiras em arte-educação e estava prestes a lançar seu livro sobre a matéria (que deverá sair no começo do próximo ano).
Yara acreditava no sucesso da ligação da arte com a educação e no êxito do estímulo à criação como auxiliar da arte de educar. Uma idéia que - ela dizia - ''não podemos deixar morrer''. Infelizmente, ela não vai ver publicado o livro que tomou-lhe de observação, de dedicação e trabalho para ser realizado, pois foi alcançada pela morte na semana que passou.
Na sua visão da educação, ela lembra que o trabalho das Escolinhas de Arte nos moldes que Augusto Rodrigues concebeu ''age como um núcleo de provocação, complementando e, ao mesmo tempo, questionando a educação formal''. Não vi ainda os originais do livro da Yara - que me convidou para prefaciá-lo - mas posso citar trecho de um pequeno texto seu que deve ser a abertura do livro de suas idéias.
Idéias como: ''amar a liberdade; acreditar nas possibilidades do outro; confiar indefinidamente no processo criativo; imaginar, até as últimas conseqüências; ter coragem de ousar e de romper parâmetros; apostar na alegria; estimular as descobertas; desconfiar de métodos muito rígidos; desafiar preconceitos arraigados no mundo que nos cerca; ver a vida como um presente eterno num espaço/ tempo de descobertas sem fim...'', este é o cerne da arte-educação.
A vida da Yara há de ser eterna na lembrança de centenas de seus alunos e na sobrevivência de suas crenças.
Ziraldo
Caberno B, Jornal do Brasil do dia 17 de novembro de 2005

Links relacionados

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